Se primeiro número focamos a revista naquilo que tornou a Fértil Cultural possível, desde o nosso trajecto, à partilha de textos de pessoas ligadas à nossa génese, este número é dedicado a explorar uma área que muito acarinhamos e que cada vez mais precisa de reflexão, o “Teatro e Comunidade”. Entendemos desde logo que não poderíamos apenas falar de teatro, mas sim de “Arte e Comunidade”, pois assim seríamos muito mais genuínos com o trabalho e participação de todos os intervenientes desta edição.
Podemos ler neste número dois artigos de experiências nesta área como a do Pompeu José e do Pedro Correia. Temos também uma longa entrevista a um grande impulsionador do teatro em Portugal e figura incontornável do trabalho com a comunidade, João Brites. Experimentamos ainda a transmissão de uma diálogo entre pares; não são apenas colegas de trabalho, são também amigos e agora amigos da Fértil. A Magda Henriques e o Hugo Cruz visitaram-nos e, com o acompanhamento de uns biscoitos da Madeira e chá, tivemos uma profunda conversa sobre o que é isto de trabalhar com a comunidade. Por fim, temos a transcrição da conversa “Porquê o Teatro para a Infância e Juventude” 2020, com as convidadas Isabel Fernandes Pinto, Joana Providência e Maria João Trindade.
O esforço de manter um projecto como este é também um acto de resiliência e de crer que a escrita e a edição difere na leitura em formato digital e, como foi um acto elogiado pelos nossos companheiros e público em geral, decidimos manter a Sigilo Público no mesmo formato da edição anterior, com carácter anual.